O que eu Aprendi com Ela
Domingo, dia 2 de fevereiro de 2014, aos 90 anos, Maria Araujo Signorelli faleceu. A chama se apagou.
Com somente o primário completo, cada dia que passava eu descobria a sabedoria de alguém graduada nos melhores colégios, com louvor. Falava pouco, preferia ouvir e observar.
Aprendi com ela sobre relacionamento, que quando se ama alguém profundamente, como ela amava seu companheiro Armando Signorelli, devemos fechar os olhos para o que não é importante. Cuidar, nos preocupar, falar com orgulho do ser amado. Valorizar suas qualidades, amenizar seus defeitos.
Ela fazia com que todos o respeitassem. Quando se sentia magoada, entre quatro paredes, FALAVA o que sentia no fundo da sua alma para que ele soubesse e se conscientizasse, mas era incapaz de levar algum ressentimento ou raiva para o dia seguinte.
Admirava-o e brigava por ele, sem se importar com o tamanho do adversário. Era cumplice e maior aliada. Incentivava-o e com sua intuição aguçadíssima e sua fé inabalável, o guiava pelos caminhos desconhecidos da vida. Como companheira olhava para o mesmo horizonte que ele, realizando sonhos em parceria.
Com tudo isto muitos talvez pensem que era fraca e submissa. Ficaram juntos e felizes por 71 anos e para mim é a mulher mais inteligente e sabia que já conheci.
Teve a chance de com um laço dourado finalizar suas ultimas palavras, olhando para os olhos dele às 22:15 da noite anterior dizendo.
“Eu te amo!”
Adeus mãe…